Uma nova técnica que permite analisar de forma rápida e barata o DNA de plantas e animais, denominada "código de barras genético", vai representar um papel fundamental na luta contra várias doenças e o contrabando de espécies, disse hoje um grupo de cientistas internacionais.
Cerca de 350 especialistas de 50 países de todo o mundo iniciarão amanhã no México a III Conferência Internacional do Código de Barras da Vida durante a qual se tentará finalizar um histórico acordo que abrirá o caminho para lutar de forma efetiva contra o comércio ilegal de madeira.
O secretário-executivo do Consórcio do Código de Barras da Vida (CBOL, na sigla em inglês), David Schindle, explicou à Agência Efe que em pouco tempo, a técnica iniciada na Universidade Guelph do Canadá, vai se transformar em uma ferramenta fundamental para as agências governamentais.
A tecnologia do código de barras DNA se baseia na análise de uma mínima parte de um gene da mitocôndria de uma célula animal e que permite diferenciar entre espécies diferentes.
Para isso, só é preciso uma pequena amostra de tecido (um miligrama é suficiente), o custo de sua análise é muito inferior (entre US$ 2 e US$ 3) ao de outras partes do genoma e pode ser realizado em apenas duas ou três horas.
Schindle assinalou que uma das principais tarefas da reunião do México será determinar que quantidade de matéria genética é necessária para identificar de forma segura diferentes espécies vegetais.
Uma vez estabelecida a norma, se abrirá a porta para mecanismos de análise que permitam assinalar, por exemplo, se uma carga de madeira exportada de um país a outro é legal ou se pertence a uma espécie protegida.
Na África, a tecnologia do código de barras genético está permitindo lutar contra a venda ilegal de carne de animais protegidos. Nos Estados Unidos, um dos usos desta técnica será determinar com exatidão as espécies de produtos da pesca importados pelo país.
No Brasil, o código de barras permitiu identificar como pertencentes a espécies protegidas os 58 ovos que um contrabandista tentou tirar do país em 2003.
A doutora Patricia Escalante, diretora do Departamento de Zoologia do Instituto de Biologia da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) disse à Efe que o código de barras será uma ferramenta fundamental para preservar a biodiversidade mexicana e lutar contra doenças.
"O México é um dos cinco países do mundo com mais biodiversidade, é muito importante ter estoques de sua flora e fauna e melhores ferramentas para seu controle e regulação. Vimos neste projeto muitíssimas promessas" afirmou.
"Um aspecto importante é o das doenças transmitidas por vetores. Com a mudança climática estão aumentando doenças como o dengue, a malária e o mal de chagas. Temos que identificar mais rápido tanto o vetor, o patogênico, como o hospedeiro. Esta é uma aplicação que vai ser muito rapidamente adotada.
Por sua parte, Schindel acrescentou que "os cientistas da biodiversidade estão utilizando a tecnologia do DNA para decifrar mistérios da mesma forma como os detetives o utilizam para resolver crimes. Está tendo um profundo impacto em nosso entendimento de organismo e como interagem no meio ambiente".
Agência EFE
Fonte: http://www.jornaldebrasilia.com.br/portal/noticia_new.php?IdNoticia=124034
domingo, 8 de novembro de 2009
luta contra doenças
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