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quinta-feira, 29 de julho de 2010
UM GOLPE CONTRA O TABAGISMO
Medida para acabar com o sabor do cigarro será votada em novembro. Se aprovada, estimativa é que metade dos adolescentes pode deixar de experimentar o produto. Droga passará a ser ainda mais forte e desagradável
Uma medida da Organização Mundial de Saúde (OMS) pode evitar que 50% dos jovens brasileiros com até 19 anos deixem de experimentar cigarros. A proposta, que pretende banir dos produtos ingredientes como saborizantes e açúcares, será discutida pela Convenção Quadro para o Controle do Tabaco em novembro, no Uruguai.
Segundo a OMS, esses aditivos aumentariam a atratividade e a toxicidade do cigarro. Sem eles, praticamente todas as marcas teriam o mesmo sabor, mais forte e desagradável.
“A grande maioria das marcas de cigarro adiciona açúcar na composição. O aditivo ameniza o gosto ruim e mascara as substâncias tóxicas”, explica a técnica da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional do Câncer Cristina Perez.
Segundo a profissional, quando o cigarro é aceso, o açúcar adicionado ao tabaco se transforma em acetaldeído. A substância potencializa os cancerígenos presentes no cigarro e a dependência pela nicotina.
“Uma pesquisa recente revelou que 90% dos fumantes começam a fazer uso de cigarros antes dos 19 anos. A maioria por causa do sabor. Hoje a OMS considera o tabagismo como uma doença pediátrica. Quando falamos em evitar o tabagismo, estamos focando, principalmente, nos adolescentes”, esclarece a profissional.
Perez não acredita, no entanto, que a medida vá fazer com que os dependentes diminuam a quantidade de cigarros consumidos por dia. Segundo ela, serviços para parar de fumar são mais eficazes nesse tipo de controle.
“Precisamos interromper a iniciação ao tabaco. Se as substâncias que amenizam o gosto ruim do cigarro forem retiradas, muitos jovens vão deixar de experimentar. Isso é fundamental”, conclui.
Autor: Clarissa Mello
OBID Fonte: O Dia Online
http://www.antidrogas.com.br/mostranoticia.php?c=5207&msg=Um%20golpe%20contra%20o%20tabagismo
http://www.antidrogas.com.br/mostranoticia.php?c=5207&msg=Um%20golpe%20contra%20o%20tabagismo
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Tratamento da dependência de álcool com Naltrexona: a droga que mata a sede de álcool
No campo do tratamento do alcoolismo, freqüentemente, aparece uma nova e milagrosa droga para curar esta condição que tanto sofrimento traz para milhões de pessoas. Por certo tempo, achou-se que o dissulfiram, por reagir de uma forma extremamente desagradável com o álcool, facilitaria o controle do beber. Em seguida os benzodiazepínicos, por diminuirem a ansiedade relacionada a abstinência, poderia ser a cura. Também os antidepressivos, e , em especial ,os inibidores da recaptaçãao da serotonina, foram propostos como uma arma eficiente contra o monstro alcoolismo. Infelizmente,essas e outras drogas nunca resistiram ao passar dos anos e aos estudos controlados e passaram progressivamente de panacéia para uma ajuda marginal para grupos bastante específicos de pessoas dependentes do álcool.
Recentemente , o naltrexone (ReVia, nome pelo qual é vendido nos EUA) foi aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration) como uma droga para o tratamento do alcoolismo. Esse fato reacendeu a chama da esperança dos pacientes e o interesse dos clínicos. A importância deste aval do FDA é ressaltada pelo fato de que o dissulfiram foi a única droga aprovada anteriormente para o tratamento de dependência do álcool em 1951.Quais seriam as evidências que teriam contribuído para essa aprovação ?
Em primeiro lugar, deve-se conhecer o mecanismo de ação do naltrexone que é um antagonista opiáceo. Sabe-se, há mais de duas décadas, que o álcool altera a atividade dos receptores opiáceos. Aparentemente, o álcool aumenta a atividade desses receptores indiretamente, talvez pelo estímulo dos opióides endógenos. O efeito desta estimulação aguda estaria envolvida na sensação de euforia produzida pelo álcool, que é um dos efeitos mais reforçadores desta droga. Sabe-se que ratos criados para ter uma preferência por álcool mostram um aumento na liberação das beta-endorfinas quando comparados com ratos sem preferência por álcool (deWAELE et al, 1992 ). Mesmo em humanos, Gianoulakis (1990) mostrou que homens bebedores sociais ,que tinham um risco aumentado para abuso de álcool porque tinham pais com problemas relacionados com o álcool, apresentavam um aumento de 170% nos níveis de beta-endorfinas periféricas após consumirem uma dose moderada de álcool quando comparados com controles. Uma série muito grande de estudos tem mostrado que os antagonistas opiáceos reduzem o consumo de álcool em animais. Marfaing-Jallat et al (1983 ) viram que o naloxone, um antagonista opióide de curta duração, diminuiu a preferência por álcool em ratos. Esses resultados foram repetidos inúmeras vezes e em várias espécies. Altshuler et al (1980) mostraram que o naltrexone diminuiu o consumo de álcool entre macacos rhesus treinados para pressionar uma barra e obter álcool endovenoso. Esses estudos pré-clínicos motivaram os pesquisadores a testar a hipótese da importância do bloqueio opiáceo em pacientes dependentes de álcool. Volpicelli et al (1992) organizaram um estudo para avaliar a eficácia do naltrexone em reduzir as taxas de recaída nesses pacientes. Por 12 semanas, em um estudo duplo-cego, administraram ou 50mg de naltrexone ou placebo em 70 pacientes. Além da medicação, esses pacientes recebiam aconselhamento em relação ao alcoolismo, terapia de prevenção de recaídas e encaminhamento para Alcoólicos Anônimos. Houve uma redução substancial no desejo para beber ao longo das 12 semanas no grupo que recebeu naltrexone.Consequentemente, houve também uma diminuição no consumo de álcool do grupo experimental. Quando os pacientes do grupo placebo bebiam, eles o faziam em quantidades quatro vezes superiores ao grupo experimental. Volpiceli et al definiram recaída como aqueles pacientes que bebiam mais do que cinco "drinks" em uma ocasião.Metade do grupo controle apresentou pelo menos uma recaída quando comparado com um quarto do grupo experimental. O'Malley et al ( 1992 ) também administraram 50mg de naltrexone ou placebo por 12 semanas para 97 pacientes e da mesma forma e encontraram no grupo experimental uma redução do consumo de álcool e menor número de episódios de recaídas. Entretanto, esse estudo também avaliou a interação do naltrexone com dois tipos de psicoterapia, "coping skills therapy" e "supportive therapy". A melhor combinação foi entre naltrexone e " coping skills therapy" , que mostrou resultados melhores em termos de recaídas, desejo para beber e consumo de álcool. Após Volpiceli e O'Malley, onze outros estudos também demostraram algum efeito do naltrexone em pacientes dependentes do álcool.
No entanto, várias questões permanecem por ser respondidas. Em primeiro lugar, quais seriam os critérios para indicarmos o uso de naltrexone. Sabemos que a população de dependentes caracteriza-se mais pela diversidade do que pela homogeneidade. Faltam informações sobre quais os pacientes que mais se beneficiariam desta medicação. É extremamente improvável que todos os pacientes possam beneficiar-se de uma única medicação. Não podemos mais esperar benefícios quase milagrosos de novas drogas.
Em segundo lugar, a interação do naltrexone com as diferentes formas de psicoterapia apenas começaram a ser exploradas. Por exemplo, existem evidências que as terapias farmacológicas nas dependências mostram um efeito mais precoce do que as psicoterapias que demorariam vários meses para o seu efeito aparecer. Esta questão está íntimamente associada ao tempo em que deveríamos administrar o naltrexone. A maioria dos estudos usou 12 semanas, mas, sem um racional muito claro para justificar este período. A área de dependência de drogas tem evoluído muito nos últimos quinze anos e muito desse avanço foi contribuição da neurociência.
O uso do naltrexone foi uma feliz combinação das ciências básicas com estudos clínicos. Pode-se falar com uma certa segurança que o bloqueio dos receptores opiáceo é responsavel pela diminuição do efeito excitatório do álcool e que isto diminuiria o apelo das pessoas dependentes em usar o álcool. Além disso, de uma forma ainda não muito bem entendida, o naltrexone também diminui o desejo do beber nessas pessoas. É ainda muito cedo para sabermos o quanto esta medicaçãao mudará o tratamento da dependência do álcool, mas, a consistência do caminho experimental adotado abre possibilidades bastante promissoras no entendimento dos mecanismos envolvidos na dependência do álcool e de seu tratamento.
Fonte: A DROGA QUE MATA A SEDE DE ÁLCOOL - Ronaldo Laranjeira
Coordenador da UNIAD (Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas) UNIFESP/EPMhttp://www.adroga.casadia.org/alcoolismo/naltrexona/droga-mata-sede-alcool.htm
Fonte: A DROGA QUE MATA A SEDE DE ÁLCOOL - Ronaldo Laranjeira
PALESTRA SOBRE VIOLÊNCIA E DROGAS
Hoje Palestra sobre Drogas no Lago Sul
QI 05 - Lago Sul (Dentro do 6º Comando Aéreo Regional - Quartel da Aeronáutica - Auditório do
CPBV))
ESTRUTURAL
ASSISTÊNCIA JURÍDICA
Ocorreu no dia 17 de julho, Ação Social realizada na Paróquia Nossa Senhora do Encontro com Deus. Dez advogados ofereceram assistência jurídica à população da Estrutural. A iniciativa foi da OAB/DF (Ordem dos Advogados do Brasil).
MAURO CEZAR esteve presente ministrando a palestra sobre Violência e Drogas.
Foi um sucesso!!
quinta-feira, 15 de julho de 2010
segunda-feira, 12 de julho de 2010
quinta-feira, 8 de julho de 2010
SUPERAÇÃO
Jovem se salvou das drogas fazendo arte
Diferentemente de quem agride o patrimônio público e o privado com pichação, um jovem de Sobradinho 2 Descobriu, no spray, mais que um meio de desenvolver seu talento artístico. Foi esse o recurso pelo qual ele saiu do fundo do poço onde se encontrava, quando usava drogas.
Vinícius Rodrigues, o Lapixa, recuperou o tempo e a saúde perdidos e agora divide seu aprendizado com outros jovens da comunidade: experiência de 12 anos com o spray demonstrou excelentes resultados. Aos 12 anos, Lapixa — que na certidão de nascimento está registrado como Salvo Vinícius Martins Rodrigues, mas só é chamado assim pela mãe — trocou os brinquedos pelas drogas. Era pequeno, tinha jeito bondoso e ao mesmo tempo esperto. Decidiu ser traficante. Foi treinado por vizinhos mais experientes, em Sobradinho 2, para enganar a polícia. Usar crianças era mais fácil. Além de despertar menos suspeitas, caso os policiais as pegassem, não poderiam levá-las para o presídio comum. Durante três anos, a rotina de Lapixa era esta: ir à escola para passear e depois vender maconha e outros entorpecentes.
Enquanto isso, Antônia, a mãe de Vinícius, trabalhava o dia todo como empregada doméstica. Cuidava dos filhos dos outros para ter o que dar de comer ao menino que ela trouxe ao mundo. Mesmo com tanto esforço, faltava muito para ter conforto em casa. Ao ver o dinheiro fácil vindo das drogas, Vinícius seguiu por esse caminho. A vida de Lapixa só tomou um rumo novo quando ele conheceu o grafite, há cerca de 12 anos. O menino tinha 15 anos e passou em frente ao Ginásio de Esportes de Sobradinho. Viu o local tomado por um colorido diferente. Eram traços do grafite nas paredes da arena. A explosão de cores e criatividade prendeu para sempre o olhar do garoto.
Em sentido horário, Lapixa com os alunos durante uma aula prática, o aprendiz Leonardo Martins, grande entusiasta, e uma aula teórica
Mudança
Lapixa começou a desenhar. Usava o caderno da escola ou qualquer lugar disponível, como as camisetas dos colegas de classe. Descobriu um dom para traçar figuras com jeito daquilo que ele não conhecia, a arte. O menino pôde, finalmente, imprimir sua essência pelos muros, paradas de ônibus e galerias da cidade. Menos de um ano depois, em 1999, começou a participar de eventos relacionados ao grafite. Em um deles, surgiu o convite para ser voluntário em uma organização não governamental (ONG) voltada para jovens em situação de risco, o Grupo Azulim (veja Para saber mais), em Sobradinho 2. Depois disso, o rapaz assumiu a profissão de instrutor de grafite. Hoje, aos 27 anos, Vinícius ainda carrega o apelido de infância. Ele não sabe se a brincadeira tem algum significado. “As outras crianças começaram a me chamar assim porque eu não gostava. Aí, é claro, pegou. Mas não sei o que significa”, despistou. Ele perdeu as contas do número de crianças e adolescentes a quem ensinou, de graça, a traçar figuras coloridas com jatos de spray.
Passar adiante
Atualmente, Lapixa cuida de uma turma de 18 meninos e meninas, no espaço do Azulim, na AR 9 de Sobradinho 2. Com a mudança de vida, o rapaz ganhou o respeito da comunidade onde vive. Quando Lapixa anda pela rua, não há um jovem que passe por ele sem cumprimentá-lo: “E aí, Lapixa, só de boa?”. Muitos jovens se espelham nele, mas quando o instrutor olha para os alunos também se vê refletido. “Quando eles chegam aqui sem rumo, eu me lembro muito de como eu era. Tenho o maior prazer em poder passar para a frente essa ideia de que todo mundo pode dar certo na vida, andar pelo caminho que escolher”, resumiu.
O perfil dos aprendizes é diferenciado. Amanda Rios Teixeira, 17 anos, por exemplo, começou a frequentar as oficinas de grafite por interesse em conhecer pessoas novas. “Todo mundo aqui era muito diferente dos meus amigos — o jeito de falar, de se vestir. E eu achei interessante. Hoje, adoro o grafite”, contou. Leonardo Martins, 18, dá os primeiros passos para se profissionalizar: “Já grafitei em muitos lugares e já fiz trabalhos pagos. Penso muito em viver disso”. João Paulo Monteiro, 30, encontrou nas aulas do professor Lapixa um jeito de sair do desemprego. “Eu nunca tinha pensado nisso, nem conhecia. Mas hoje vejo como uma profissão muito boa. Quero também ensinar a mais gente essa arte tão bonita”, concluiu.
"Quando eles chegam aqui sem rumo, eu me lembro muito de como eu era. Tenho o maior prazer em poder passar para a frente essa ideia de que todo mundo pode dar certo na vida, andar pelo caminho que escolher"
PARA SABER MAIS
Luta contra o crack
O Projeto Azulim nasceu do desejo de mudar manifestado por jovens que faziam parte de uma gangue de Sobradinho. Os rapazes andavam todos juntos pela cidade, arrumavam confusão com outros meninos, mas garantem que nunca se envolveram em roubos, assassinatos, estupros ou nada desse nível. O nome da ONG surgiu de maneira improvisada. “Um amigo nosso falou: ‘Vocês são tão negros que chegam a ser azuis. Vou chamar vocês de azulim’. E o apelido pegou”, explicou o presidente e fundador da organização Paulo Henrique de Jesus Cantilo, 37 anos.
Nas instalações do Azulim, pessoas de todas as idades frequentam aulas, além do grafite, de capoeira, street dance e informática. Também têm acesso a uma biblioteca e a programas como Jovem de expressão e Terapia comunitária. A intenção é estimular o diálogo e discutir os problemas da juventude entre eles e as famílias. São mais de mil pessoas cadastradas, e a ação se expandiu para Ceilândia, onde o grupo também promove oficinas. Há três anos, o Azulim ganhou o título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), do Ministério da Justiça, com a finalidade de facilitar parcerias e convênios com o governo.
Atualmente, a principal luta dos 10 monitores envolvidos nesse projeto é contra o crack. Eles percorrem as escolas da região em busca de pessoas com problemas com as drogas para oferecer tratamento. “A droga tem assolado Sobradinho”, lamentou Paulo. A organização firmou parceria com igrejas e clínicas de reabilitação para atrair jovens. Pelo menos dois adolescentes são internados com intermédio do Azulim toda semana, para se livrar do vício. Agora, o plano é montar a própria casa de reabilitação. Mas ainda falta a verba.
Leilane Menezes
Correio Braziliense
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